Das Cidades
Poucas são as cidades – como a que moramos -, que tem teatro, ou cinema, nem uma estação de rádio que presta (perdoem a sinceridade), nem áreas de lazer com serviços de entretenimento que alie educação e arte. Infelizmente em Eunápolis entretenimento significa “beber cair e levantar”, por sinal letras e músicas de mau gosto que demonstram a falta de um melhor fazer artístico. Na falta de fazer artístico o bar é o começo e o fim.
Nenhuma das administrações que passou demonstrou esforço para incentivar manifestações culturais ou criou condições para as artes. Política de cultura nem pensar!
O governo federal tem programas de financiamentos para espaços culturais e cursos de arte, mas é tão difícil se chegar até eles! Diria quase impossível, pois as exigências e a burocracia dificultam mais do facilita.
Neste dias um circo chegou à cidade, fraquinho, de gentes boas, um elenco bem brasileiro. Os palhaços, sem as roupas e pinturas adequadas compunham as poucas atrações. Mas é um circo! E a sua magia permanece aos olhos de todos nós. Crianças e adultos, todos fomos ao circo neste final de semana. A cada sessão, lotação esgotada. Filas enormes para entrar: meninos fazendo barulho, pipoca, algodão doce, refrigerante, gritos, aplausos, sorrisos e contemplação.
Naquele espaço, debaixo da lona colorida encontramos nossos vizinhos de mesma comunidade, amigos e conhecidos trazendo os seus filhos. Em meio às luzes e gritos ficamos pensando: como falta um circo e um cinema e um teatro e um parque. Falta tudo! Em pleno Século vinte e um.
Na ausência de tudo, nossos espíritos nunca terão liberdade para realizar o sonho impossível da mudança.
Por isso a arte é o começo da grande luta a nos fazer acreditar na realização do impossível.
A utopia é a nossa grande arte. E a esperança é sua irmã.
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