Existe uma fresta em que olho sempre
Ela cabe bem dentro do meu olho
Em que finas membranas do nervo ótico avisa-me do perigo
o medo de lembrar do tempo em que o quintal era enorme
Mas não cabia meus brinquedos
O tempo em que dormir era como segredar à luz do lampião
A sua alma.
Essa fresta entreaberta permite que eu observe umas pessoazinhas conhecidas
Meu vô, minha vó em suas alegrias divididas em suas aventuras,
De deixar crescer os seus meninos e morrer a cada dia.
Ainda ela permite que eu veja, sinta através da saudade, o cheiro de ervas na cozinha,
O sabor das frutas misturadas na gamela, entre o pote e a mesa do rádio.
Essa fresta entreaberta, me devora, me consome e me acalenta muitas vezes.
Ela cabe dentro do meu olho e se molda por si só em lembranças de menino.
Um cata-vento me leva e, de volta, assombro de mim mesmo.
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