Poesia em Belmonte

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Sonetos Pavônicos

O Poeta Sosígenes Costa é um encanto. Ao ler a sua obra poética, seus sonetos pavônicos temos a sensação de sua viagem. Ele que visitou a Ásia e Grécia no começo da década de 1920 e se inspirou com zelo para compor belos poemas.
Ele que dialogou intensamente com Mário de Andrade e influenciou a obra literária de Jorge Amado, de quem foi parceiro longos anos, juntos, na formação da Academia dos Rebeldes, espécie de clube dos literatos malditos na Bahia.
O poeta Sosígenes tem uma terra: A terra do Mar, Belmonte. De onde ele e muita gente se lançou para uma vida de artista. eis abaixo um poema de Sosígenes Costa, do seu livro Obra Poética, pela Editora Leitura S.A. no ano de 1959:


Tornou-me o por do sol um nobre entre os rapazes

Queima sândalo e incenso o poente amarelo
perfumando a vereda, encantando o caminho.
Anda a tristeza ao longe a tocar violoncelo.
A saudade no ocaso é uma rosa de espinho.

Tudo é doce e esplendente e mais triste e mais belo
e tem ares de sonho e cercou-se de arminho.
Encanto! E eis que já sou o dono de um castelo
de coral com porões de pedra e cor de vinho.

Entre os tanques dos reis, o meu tanque é profundo.
Entre os ases da flora, os meus lírios lilases
Meus pavões cor de rosa os únicos do mundo.

E assim sou castelão e a vida fez-se oásis
pelo simples poder, ó por do sol fecundo,
pelo simples poder das sugestões que trazes.

(Sosígenes Costa, 1924).

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