Não fui mas fiquei sabendo da chegada de Pinheiro Salles a Guaratinga, para o lançamento do livro “O Amor amordaçado”, no começo da década de 1980. Ele vinha contando novidades aos amigos e companheiros que foram até lá, conversar e matar a saudade. Conheci a história dele nesse período, de combatente revolucionário contra o golpe militar. Guaratinga chegou a ser considerada pelos milicos, um foco de Guerrilha, e era, tanto que o exército baixou lá, revirando casas e malas. Pinheiro vinha com novidades sobre o partido nascente, e o carisma de um metalurgico chamado Lula, nas greves do ABC paulista. Não estive com Pinheiro Salles, mas ganhei seu livro:
A Visita
Na manhã de sábado passearei contigo
No pátio do presídio.
Lançarei fora o frio, os fantasmas e frustrações.
Não mais haverá remorsos:
Meus dedos retornando ao sol serão pássaros em tua mão.
Das catacumbas nascerão rosas estremecendo faces,
abrindo o brilho das águas, da barca
E dos beijos.
(….)
Não importa se me engano,
Se os instantes da visita só duram o suficiente para alimentar a chama.
Na manhã de sábado caminharei contigo
No pátio do presídio.
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