Penso nos carteiros…
com a internet veloz, e-mails,
as cartas – quase conchas do mar – ainda chegam?
As mensagens diminuíram?
somente objetos, coisas, pedidos e produtos chegam?
Ah, que bom é receber uma carta!
Os Carteiros*
Abrir uma carta,
o coração batendo,
é preciso ritual.
O que terá dentro?
Um convite, um aviso,
uma palavra de amor
que atravessou oceanos
para sussurrar em meu ouvido?
São como conchas as cartas,
guardam o barulho do mar,
o ar das motanhas.
Para mim os carteiros
são quase sagrados,
unicórnios ou magos
no meio dessa vida barulhenta.
* Roseana Kligerman Murray, Artes e Ofício, FTD/1995.
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