Cooperação Internacional

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Cooperação e cópia de quem?

Dialogar com os representantes do estado brasileiro sobre projetos culturais lembra muito a relação com a cooperação internacional. Existe uma certa distância entre a dinâmica, o tempo e o fazer cultural dos grupos, para com o que os atuais programas de incentivo das instituições culturais do estado preconizam, seja do ponto de vista metodológico, seja do ponto de vista legal, antropológico e social, nos Brasis de hoje.
Enquanto não se consolida uma politica da qual queremos participar na sua construção, o jogo dos editais ainda é um mecanismo confuso, manipulável, que cerca de um lado e se abisma de outro, para não falar da precária informação, encerrada no universo da web e que nem atinge trinta por cento dos envolvidos nas lutas por acesso a cultura e artes.

É certo que pelo pouco tempo de prática dialógica, que deve ter fundamentalmente como pressuposto, o entendimento das pessoas responsáveis por este diálogo, sobre antropologia, sociedade diversa, história e pedagogias participativas, fora a sensibilidade individual e a abertura para as diferenças, não podemos exigir muito, ainda.
Estes são os técnicos que queremos conhecer no processo de diálogo em vista de políticas culturais, pessoas sensíveis e conscientes da diversidade cultural do seu País.

As entidades da cooperação internacional – longe das nossas realidades – é que se arvoravam de serem os mandatários do dinheiro e da bondade divinas, a exigir marco lógico, resultados mercantis e pouca reflexão sobre o futuro comum.
Os gringos se achavam, porque entre a miséria nossa do Brasil e a riqueza sua da Europa, deus, o papa, o euro e o trauma da guerra, os tornavam os salvadores do mundo.
E a gente fingia que acreditava.
Mas isso custava caro, que era negociar esse entendimento, entre absorver métodos estranhos, aplica-los fora da nossa realidade, forçar a barra para mensurar resultados aleatórios, negar uma diversidade criativa que poderia nos fazer caminhar para a autonomia.
Os gringos se foram – pelo menos aqui – e aprendemos a não aceitar as coisas dessa forma.
Nem de parceiros, nossos, cidadãos que hoje estão em postos do estado brasileiro e que parece repetir aquilo que não queríamos, mas que marcou a sua trajetória na convivência com a cultura européia, nem de quem quer que seja.

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