Pontos de Cultura desenhando a América Latina
Vimos com bons e esperançosos olhos o Parlamento do Mercosul sinalizar positivamente para a adoção do modelo e de práticas vivenciadas pelos Pontos de Cultura no Brasil, programa do Ministério da Cultura – Minc que tem se tornado referência na ação cultural em todas as regiões do País.
Cremos – como hermanos que somos – que não se trata exatamente de adoção do modelo em si, mas de aproveitar da experiência como inspiração para o novo, visto que em diversos países de Aby Ayala, novos governos tem assumido com o apoio dos movimentos sociais e culturais, com a demonstração clara de fortalecer a democracia participativa, ensaiando gestões baseadas em novas experiências, em decisões de amplitude popular e em exercícios mais criativos e solidários.
É somente um começo que pode se ampliar e se fortalecer.
No caso das ações culturais contemplando a diversidade e o poder mobilizador das comunidades, a América Latina é chão fértil e pode reatar laços de amizades e de intercâmbios que necessitamos nos dias de hoje. Num projeto de sociedade que tome como base as experiẽncias históricas de relações nesta Pátria Grande, e realidades sociais tão burilada por tantos pensadores apaixonados por ela, na América Latina dos povos a questão cultural é tema central. Contra preconceitos e por uma nova economia…
Traçar um mapa com todos, diz a canção.
Quem sabe as discussões que visam consolidar ações culturais inspiradas nos Pontos de Cultura brasileiros nos levem a romper com essa visão pitoresca e impositiva sobre as culturas populares na América Latina – reflexo da submissão, sub-visão política – que há décadas impera contra as comunidades e povos afro ameríndios.
Quem sabe daqui há alguns dias falaremos sobre uma Geo-cultura, num mapa pousado e recitado na diversidade e valorização de cada pontinho, de cada caminho, de cada carinho.
Que a América Latina sabe se reconhecer.
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