CARNAVAL CULTURAL É O QUÊ ?
Em muitos lugares, sobretudo no interior, manifestações carnavalescas, ganham o titulo de ‘Carnaval cultural’ numa alusão ao que “já se foi”, muito mais do que uma forma de quebrar o bloco hegemônico da indústria do turismo que hoje determina o quê no carnaval.
Carnaval cultural contrasta com o outro carnaval? São antagônicos entre si? Eles – se assim divididos fossem – não seriam originários de uma mesma identidade histórica?
Carnaval cultural deve necessariamente nos remeter ao passado, ao saudosismo de um tempo que não volta mais? Ou o termo “carnaval cultural” utilizados por alguns quer refletir uma situação: nichos de resistência, fora do mercado e do circuito dominante, aglutinando pequenas comunidades afro-descendentes, cabloquinhos e outros segmentos temáticos, expressando a sua compreensão do que é carnaval(?)
E a pergunta fundamental: Por que carnaval cultural? E tem outro carnaval que não seja cultural?
É como compartimentalizar nivelando pela discriminação, como faz uma parte dos evangélicos ao criar o ‘Acarajé cristão; o Rock de Jesus cristo; ou o acampamento do senhor, na tentativa de se auto-excluir da festa global e das práticas mundanas.
Carnaval cultural então seria o sagrado e o ‘outro’ carnaval seria o profano…
Ironias à parte, sabemos que o bloco do Carnaval cultural utiliza desse termo para se afirmar pela diferença, enquanto ainda não existe um bloco efetivo que enfrente a reflexão e a prática sobre os impactos que a industria do turismo gerou nas festas de largos e no próprio carnaval, alegorizando as culturas e suas diversas expressões. Uma reflexão e ações que faça um movimento de quebra dessa visão reducionista e busque saídas para que se mantenha viva a chama da esperança.
Carnaval é uma coisa só. As suas diferentes expressões é que variam com o tempo. Fora isso, lamentavelmente o que vemos é a banalização do sexo, a exacerbação do supostamente belo e desmedida violência.
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