ESPERANÇA

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Em sintonia com as três mulheres (dentre elas duas africanas) que receberam o Nobel da Paz de 2011,  fruto de suas lutas e dos seus povos, publicamos um poema de Elisa Kidané.

“As mulheres africanas tecem a vida”, escreve a poetisa Elisa Kidané da Eritréia.
Sem o hoje das mulheres, não haveria nenhum amanhã para a África.

ESPERANÇA

O trigo está em falta
e as chuvas demoram.
Distante,
um barulho surdo,
quem sabe se de guerra
ou de gafanhotos?

No terreiro,
um silêncio incomum.
Os velhos conversam
e balançam a cabeça.
As mulheres,
estranhamente,
se mantêm caladas.

Mas, de repente,
um bando de crianças
descalças
irrompe fazendo algazarra,
perseguindo
divertidamente
uma bola,
e, sem saber,
elas mudam o cenário.

E, no terreiro,
volta-se a viver!

Elisa Kidané, Eritréia

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