O futuro é um conceito dos ricos, aprimorado pelos ocidentais e disseminado pelo mercado. O futuro não existe. Milton Santos se tivesse vivo, diria isso. Assim como ele disse que os ricos não sabem o que é lutar por direitos.
A Rio mais vinte bem que poderia ser rio mais 20 anos e não os vinte países em rota de coalizão. A adequação somatória é ledo engano. A economia criativa, a economia verde e a economia capitalista são a mesma face de uma única moeda, mágica que somente o mercado consegue realizar. A moeda da troca entre o turismo, a política estatal, a comunicação mercadológica e o transporte. São este setores que aplaudem de pé a rio mais 20.
A cúpula dos povos bem que poderia se r ‘o círculo dos povos’, o caracol da vida, a esperança dos povos. Não precisamos de cúpula, precisamos de povo unido, de lutas hermanadas e de novas sinceridades.
Quanto ao futuro, vejamos os povos tradicionais e os pobres que vivem o dia a dia. Não é à toa, é o signo, o estigma, a filosofia mais real da vida animal. John Gray afirma que Atualmente, a maior parte das pessoas pensa que pertence a uma espécie que pode ser senhora de seu destino. Isso é fé, não ciência. Não falamos de um tempo em que as baleias ou os gorilas serão senhores de seus destinos. Por que então os humanos?
Não precisamos de Darwin para perceber que nos parecemos com os outros animais. Basta observar um pouco nossas vidas para sermos levados à mesma conclusão. No entanto, como a ciência tem hoje uma autoridade com a qual a experiência comum não pode rivalizar, observemos o ensinamento de Darwin de que as espécies são apenas aglomerados de genes interagindo aleatoriamente uns com os outros e com seus ambientes em permanente mudança. Espécies não podem controlar seus destinos. Espécies não existem. Isso se aplica igualmente aos humanos. No entanto é esquecido sempre que as pessoas falam sobre “o progresso da humanidade”. Elas depositaram sua fé numa abstração que ninguém pensaria em levar a sério se não fosse formada por restos de esperanças cristãs descartadas.
Nem ciência nem fé. Desconfie de tudo. Sobretudo do futuro e dos discursos proferidos nesses eventos e dos conceitos inventados. A rio mais vinte é a voz do mercado pintado de verde.
(sumário).
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