A Lei tem que valer mais e ramiar nova semente
É muita euforia, porque as cores enchem os nossos olhos e a esperança floresce em cada coração, em cada ponto de cultura, em cada esforço que fazemos pra ver a Lei Cultura Viva funcionando de verdade, na prática, raminhando, esparramando novas sementes em um terreno fértil, protegido por todos nós.
O território é de pertencimento, a Lei Cultura Viva em nossas mãos, mas o estado não é inteligível, nem sensível ao mundo. Não precisa tanto espetáculo, nem tantas luzes nem tanta mistura de cores, pois é quase um borrão, a enganar os nossos olhos.
Começou hoje, dia 06(segunda feira) e vai até o dia 09 de abril a cerimônia de lançamento da Lei Cultura Viva em Brasília.
Estou aqui a olhar e olho a foto de longe, porque de longe foi tirada para não vermos quem posa nela e porquê. De repente pode ser uma alegoria, de repente um protagonismo, de repente uma ousadia, de repente uma representação, uma pose para a foto. Mas como vamos saber, adivinhar? São tantos anos de ausência e de negação, que vendo assim, o melhor é desconfiar. Não da Lei, que ela é nossa, fruto de lutas, de noites e de dias, nos mistérios da inspiração que um dia invadiu os gabinetes frios de Brasília. Mas ainda vale o desconfio e a busca por melhores explicações. Não das pessoas ali, bem dispostas e bonitas, mas de quem as pôs ali, nessa ordem enfileirada, obliquamente apresentada.
Eis a regulamentação
Nem bem o Grupo de Trabalho(GT) de regulamentação/normatização da Lei Cultura Viva findou a sua reunião, veio a videoconferência sobre a Lei e, agora, assim de chofre, essa agenda do lançamento nos chega a todos em cima da hora, com os convidados já perfilados e listados, os mais próximos dos novos dirigentes do Minc. Não vi ou li nenhum chamado à Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, procurei saber e ninguém soube me responder.
Por que não um evento popular, aberto, com ampla participação, sem grande espetáculo, mais aberto às ruas, nos dias claros de Brasília, sem luz e sem cerimonial? Não sabemos….
Aqui pensando….
Auto-declaração pra quem?
Pra quê auto-declarar-se Ponto de Cultura? Como isso é possível quando você já é, sem precisar ‘auto-declaração…’
Auto declaro pra quem, se o meu reconhecimento vem de minha comunidade? – pergunta o Ponto de Cultura. Para que servirá este mecanismo? Ainda não sabemos…
Seria para ampliar os dados estatísticos do estado, como faz com os editais de projetos culturais? Nos editais quanto mais gente se inscreve mais legitima o processo; porém de milhares de projetos, somente uma dúzia passa no filtro embranquecido, seletivo e matematicamente rigoroso.
Queremos ver a Lei Cultura Viva quebrar isso. Depois da festa conversamos. Ao trabalho companheiros!
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