Quem tem medo do raio xis?

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Nunca é tarde para lutar

Ainda dá tempo, porque nunca é tarde para lutar.

Em muitos debates, rodas de conversas e seminários sobre Eunápolis, as pessoas afirmam que ela{a cidade} é reacionária e conservadora, situação que habita os meandros do poder e do negócio.

Mas a cidade é feita de pessoas e suas relações de convivência. Uns que acham que são os donos da cidade, outros que se sentem estranhos nela e, muitos, que a amam de paixão.

A sensação na verdade, é perceber que as pessoas habitam ou navegam na cidade, como se estivessem em um grande navio, uma grande nave, mas se saber – ou faz de conta que não sabem – como a engrenagem do mundo{capitalista}faz mover aquilo. Este caso não é só para Eunápolis, claro.

Mesmo assim é preciso chamar a atenção para Eunápolis. Observem:

A cidade não tem partidos que atuem na proposta de um projeto político para a cidade.

Os partidos são invisíveis, fisiológicos e cinzas. São apenas legendas a serviço dos interesses individuais ou de grupos. Todos eles, até aqueles que supostamente seriam mais à esquerda, não tem nenhuma expressão na sociedade local. Basta constatar que, perante a imensidão de problemas na cidade, nenhum partido publica uma nota, um panfleto sequer se posicionando, nenhuma instituição partidária se coloca expondo as questões com sinceridade e lucidez que a situação exige.

A cidade não tem Ong’s que atuem na defesa dos direitos humanos;

Não tem uma Ong que atua na defesa do meio ambiente;

Não tem uma Associação de moradores que seja independente, isenta dos interesses eleitorais, voltada para o bem estar de sua população.

Falta aos estudantes, grêmios estudantis orgânicos, que atuem em defesa do ensino público de qualidade e de atividades culturais nas escolas da cidade.

Lamentavelmente os Sindicatos são corporativistas e não tem tempo para pensar a cidade e a sua relação com o ofício que os seus trabalhadores e trabalhadoras exercem. O sindicalista, erroneamente, acha que a tarefa de organizar a sua categoria não tem nada que ver com os problemas da cidade. Não liga uma coisa à outra.

Eunápolis tem uma sociedade civil refém do estado. Um estado que não atende nem cumpre a sua função.

As instituições do poder público contraditoriamente, ditam as regras, mas nem sempre sabem de suas competências, desconhecem as próprias leis municipais e não sabe separar o público e o privado.

As igrejas fazem de conta que salva, em sua redoma de bolha de sabão;

A Câmara de Vereadores legisla em causa própria, misógina, sexisista e corrupta;

Entre as relações de poder, os profissionais liberais parecem mais preocupados com a segurança de suas moradias, aumentando os muros de suas casas, nos bairros em expansão, do que tomar posição frente aos problemas. Quando adotam alguma reação, é carregada de equívocos e preconceitos, sempre pendendo para posições conservadoras, patrióticas e de direita,aleatórias.

É triste mas é verdade, organismos de controle social e de defesa e combate a abusos, a exemplos do Conselhos de infância, da Delegacia de defesa de gênero, etc são também reféns das benesses do estado; quando existem, funcionam sob a ‘guarda’ do município, podendo contar ou às vezes não, com o aporte material do poder púbico local. O que é obrigatório ser disponibilizado pelo estado, se transforma em barganha local.

Escolas municipais são os exemplos mais evidentes da negação de cidadania, só funcionam efetivamente graças aos esforços do professores e suas equipes de apoio.

A cidade é cada um por si.

É visível os problemas básicos que deveriam ter sido superados, estarem ainda tão latentes: calçadas inadequadas, praças jogadas ao lixo, estacionamentos fora do controle, prioridade aos carros e falta de proteção aos transeuntes, bairros por conta, feiras insalubres.

No campo, os trabalhadores rurais continuam a sua luta, uma ou outra comunidade mais organizada, ocupados cada uma com as suas demandas, na expectativa de vê a sua terra legalizada, regularizada.

A imprensa, os meios de comunicação da cidade em sua maioria são braços, corações e mentes vinculados a um “líder” político e somente retrata a visão oficial. Mais que a visão oficial, o que se vê é sangue e foto socialite.

A cidade vive uma literatura de George Orwel 1984 às avessas.

E por que não escutamos as vozes da indignação, não levantamos nossas vozes de preocupação?

Como nos posicionamos ou que fazemos quando assistimos ao videozinho do cidadão na Câmara de Vereadores bradando seus direitos?

Qual a nossa opinião, comentário ou reação quando lemos a opinião de uma jornalista que avalia ligeiramente a inutilidade do legislativo local, seus custos para a cidade e a sua futilidade?

Como nunca é tarde, é necessário sentar à mesa e discutir os projetos de futuro para Eunápolis.

Estas são algumas – dentre tantas outras – motivações para um evento de reflexão e posicionamento.

É preciso agir!

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