Eunápolis: nem Freud explica

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A DIREITA, O LIXO E O ENTREPOSTO

autofagia, auto-punição e subserviência. Eis Eunápolis de joelhos: no dia seguinte à eleição, ela quedou paralisada.

Cena 1: Eunápolis interpretada por uma cartunista: No desenho a cidade ganha o corpo de uma lagartixa, condenada a comer o próprio rabo, mas que vai nascendo de novo{o rabo} e vai comendo a si própria e, assim, vivendo eternamente…até quando?

Cena 2: uma cena de cinema mostra uma passeata em que o grupo leva uma faixa escrita: “corrente do bem”, em que muitas pessoas, leva numa mão um patinho amarelo e na outra, uma arma de brinquedo{porque arma de brinquedo pode, para assustar o adversário, porque assustar pode…}.

Essa é Eunápolis, entre o velho oeste de seixos rolando e o deserto das cobras.

Eunápolis foi uma das pouquíssimas cidades em que a direita ganhou na contagem de votos para presidente. Ficou ao lado de Itabuna, Itapetinga e Teixeira de Freitas, vergonhosamente. E, sem surpresa, também deu os votos para o candidato a governador da direita. Repetindo sempre o passado. Aliás, Eunápolis também tem a façanha de “ressuscitar candidatos mortos”, basta fazer uma leitura das urnas.

A cidade é uma vergonha, disse um amigo.

Na verdade, a cidade é refém de um grupo da direita, pessoas que se escondem na sombra das igrejas e na penumbra dos seus negócios: o negócio da lei, da fé e da justiça, um misto de fascismo e esquizofrenia, que se estende para muitos dos cidadãos que desconhecem os fenômenos sociais, que não tiveram acesso a estudos nem puderam exercer nem a valorizar a sua cultura, nem a prezar pelo trabalho digno. São os subaltenos, seja pelas condições sociais impostas e são os subalternizados, seja pela natureza própria que tem o cidadão, em servir e abaixar a cabeça, na tentativa de se vê alimentado de punição e supostamente salvo pela moral de um deus inquisidor, ou lagartixa ou cobra.

Eunápolis é um entrepostode machos que nunca saiu dessa condição: lugar em que os aventureiros passam, guardam as suas mercadorias-pessoas, descartam os bens-cultura-e-memória, sugam e pilham os bens naturais, espalham o lixo e vão embora, deixando um rastro de sujeira.

E este entreposto-Eunápolis tem gerentes, que detêm privilégios, não deixa que outros assumam as tarefas e não permitem que o local deixe essa condição de entreposto, para o bem de seus próprios interesses e de sua condição de macho.

Até quando?

Freud não responde nem explica.

As respostas e a explicação podem demorar, mas elas surgem na esperança dos que lutam e dos que se deixam abraçar de amor e de liberdade…

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