Quarenta anos daquele dia histórico

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Retomar resistir proteger!Há que celebrar 40 anos

Em 1982 aconteceu um dos eventos mais emblemático, determinante e futurista no sul da Bahia: A Retomada da terra dos Pataxó hã ha hae. Realizada pelas lideranças da época, o ato de resistência permanente foi um plano de muitos anos e que ao longo dos anos seguintes, trouxe impactos de toda ordem, não só aos Pataxó, mas sobretudo aos povos originários do nordeste brasileiro, que passou a partir dali, a ter como referência, aquele método revolucionário de retornar às suas terras ancestrais, aos seus territórios de origem.

O ato de Retomada dos hã ha hae teceu o futuro dos povos originários dessa região, mas trouxe desafios ao povo que repercute até os dias de hoje: perseguição, tentativas de interdição jurídica, ameaças e mortes, conflitos internos e debates sobre os direitos dos povos indígenas, não intimidaram as lutas nem a coragem, não cessou a caminhada nem ofuscou o olhar sagrado de suas mulheres e homens de luta, nem impediu que hoje, jovens pensadores, ativistas indígenas avancem na busca pelo direito sagrado.40 anos após aquele ato, em interregnos sucessivos, foram vários passos adiante na conquista territorial, em que pese as disputas jurídicas e a violência do latifúndio na região sul da Bahia.

Lembro, ainda em 1982, após a ação corajosa e necessária dos Pataxó, enviamos uma nota de apoio e solidariedade, sem saber que aquela batalha seria o começo de tantas outras que viriam, até desaguar na luta dos 500 anos em Coroa vermelha, no ano 2000.Passada essa fase, veio o reconhecimento do direito, quando o território teve a sua primeira configuração de mais de 50 mil hectares, para avançar ainda mais.Celebrar essa trajetória dos 40 anos, é agora, é amanhã, para que a inspiração continue sendo um adubo, que dê fertilidade e guarde semente.

maracá Pataxó

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