Há dias atrás recebemos a visita de Alberto Rocha, ilustre músico, poeta e historiador de Belmonte.
Foram horas noite adentro de boa conversa sobre filosofia e história.
Por fim nos deparamos com a poesia de Sosígenes Costa, a quem comungamos profunda admiração.
Ainda inspirados nesse encontro, apresentamos a todos uma bela poesia do poeta da terra do mar.
Soneto ao anjo
Por tua causa o meu jardim fechou-se
às mulheres que vinham buscar lírios,
quando o poente cor-de-rosa e doce
punha pavões nos capitéis assírios.
Teu beijo como um pássaro me trouxe
o mais azul de todos os delírios.
Por tua causa o meu jardim fechou-se
às mulheres que vinham buscar lírios.
Só tu agora colhes azaléia
e os cintilantes cachos da azuréia,
mágica flor que em meu jardim nasceu.
Só tu verás os lírios cor da aurora.
Meu pavão dormirá contigo agora
e o meu jardim dourado agora é teu.
(Sosígenes Costa).
(1930)
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