A obra poética de Sosígenes Costa sugere inúmeras viagens…
as que fazemos e as viagens que o proprio poeta criou.
Ele por exemplo fala de sonetos pavônicos, aqueles poemas cuja inspiração nascera de contemplação de sua terra natal – de seu quintal? – e dos movimentos das plantas e dos bichos.
Este soneto pavônico abaixo é belíssimo:
PAVÃO VERMELHO
– Sosígegens Costa.
Ora, a alegria, este Pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.
Clarim de lacre, este Pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.
É o proprio doge a se mirar no espelho
E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.
Pavões lilases possui outrora.
Depois que amei este pavão vermelho
os meus outros pavões foram-se embora.
* Obra Poética, 1939. Belmonte-Bahia.
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