O Mar e o Dragão
– Sosígenes Costa –
O Rei do mar declarou guerra à esfinge.
Das nuvens desce a esfinge delirante.
No mar, vomita fogo e o mar tinge
de fogo e sangue e de um carmim gritante.
O paroxismo essa batalha atinge
quando o fogo das nuvens em levante
se volta aos ceus para queimar a esfige
e o ceu se trona visão de Dante.
Em socorro do mar vem a hidra escura:
devora as cores torna a luz grisalha.
E a esfinge esgota o calix da amargura
nas garras dessse monstro que a estraçalha.
E agora embalde a esfinge se procura
lá no estrelado campo de batalha.
(da Obra Poética, Ed. Leitura S.A.1935)
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