REDE CULTURAL BAHIA AO EXTREMO FAZ REUNIÃO EM TEIXEIRA DE FREITAS PARA ANALISAR POLÍTICA CULTURAL DA BAHIA
A Rede Cultural Bahia ao Extremo, movimento cultural que reúne entidades, grupos, artistas e Associações culturais do extremo sul da Bahia, estará reunida neste sábado, 31 no Espaço Cultural da Paz em Teixeira de Freitas, realizando uma avaliação de suas ações para traçar um plano de trabalho que contemple atividades culturais em todo a região.
Além disso, a Rede cultural fará uma análise das ações que o governo baiano vem implementando sobre políticas culturais para o estado, desde os programas da Secretaria estadual de Cultura, até a discussão da proposta de criação do Sistema Estadual de Cultura, motivo pelo qual vem se realizando as Conferências municipais de Cultura e agendou a realização da III Conferência Estadual de Cultura, que este ano será em Ilhéus, dias 26 a 28 de novembro desse ano.
Os coordenadores da Rede cultural Bahia ao extremo tecem críticas a este processo, que segundo eles, já vem arquitetado de cima para baixo e não oferece abertura para o enfoque das reais necessidades regionais, bem como não apresenta em suas análises os dados reais sobre a situação cultural do estado.
Para a coordenação da Rede Cultural, os representantes do governo para a cultura não levam em consideração os movimentos livres nos diferentes Territórios de Identidade, aqueles que de uma forma ou de outra não se adequa ao modelo exigido pela Secult ou não tem representação jurídica formal, sendo de caráter de movimento ou agremiação cultural tradicional, com seus mestres, Griôs e dirigentes independentes, sem a injeção de recursos governamentais; apenas cidadãos comuns que representam o seu modo de vida pelas artes, pela religião e cotidiano cultural intenso, sem representação alegórica ou espetacularizada do seu fazer artístico.
São estes núcleos, células ou agremiações comunitárias de cultura que é foco da ação política-cultural da Rede Cultural Bahia ao extremo. Pessoas que estão nas fronteiras, sejam elas fronteiras geográficas(localidades sem nenhum acesso às informações e à ação de programas governamentais de cultura) ou fronteiras politicas(localidades em que os cidadãos não tem bases ou quase nenhuma base organizacional), onde a mobilização comunitária não expressa empoderamento e as suas raízes culturais parecem perder-se na medida em que o chamado progresso se avizinha.
Mesmo com as críticas ao processo de articulação que a Secult promove, a Rede Cultural prevê a necessidade de diálogos com o estado, na perspectiva de vê contempladas as suas reflexões e propostas para uma articulação cultural mais crítica e condizente com as diferentes realidades. Isso porque também no próprio interior da Rede Cultural Bahia ao extremo são diferentes entendimentos, pois o pensamento é exercido com liberdade. Há aqueles que se negam a dialogar com o estado nestas condições de imposição e existem também aqueles que já participam de discussões com a Secretaria de Cultura em espaços e fóruns diversos na Bahia, inclusive estarão na Conferência estadual de Cultura.
Isso não ameaça as nossas posições e proposições. Vamos avançar, conclui um manifesto da Rede.
Território Extremos Sul da Bahia, 30 de outubro de 2009.
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