Goma nem sabe

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A Dança sinistra

Eu sofri tanto nas veias abertas da África
Na terra do Congo,
em Goma fui escravo hoje.

O coltan levou-me e na fuga nem sabia onde ficava a vida
Nem sabia onde e esconder-me.

Inventei um dia em dançar ao som dos tambores dos meus pais
e vi na fogueira eles serem devorados pelos computadores do mundo
do mundo da América, do mundo da Europa do mundo da Ásia
do mundo da falsa modernidade.

você que lê este poema, saiba que estou na fronteira entre o que foi
e o que nunca que será
porque perdi a lança dos meus ancestrais e o folego dos rios
e dos rios os planctons e do coltan a terra.

Você que fala ao celular e digita nos computadores
acesse rapidamente o Congo e veja a miséria que tudo isso nos é imposto
e subtrai vidas e culturas e terra e rios e morros e cantos e gente e futuro.

Coltan e empresas longe de saber o que é vida.

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