AOS SUPOSTAMENTE VENCEDORES
Aos supostamente vencedores
Admira-me muito se acharem os tais.
Aos supostamente vitoriosos
– digo eu –
Que os corpos considerados mortos ou machucados
Cansados ou desfalecidos
Sobrevivem.
E que não há nem vencedores nem vencidos.
Não pensem os senhores que em algum lugar do mundo
Sussurramos amedrontados, a palavra liberdade e a esperança.
Não.
O lugar da esperança e da liberdade está dentro de nós
E em todo o lugar flui, viceja, na quentura dos encontros.
Vibra, reluz, na finura dos olhares.
Quando pensamos o amor: de um amigo, de um amante, de uma cidade
Pensamos todos os amigos e amantes, todas as cidades e o planeta.
Quando pensamos a idéia e a utopia, percebemos que a era da racionalidade sucumbiu,
Apesar de tudo.
E assim assumimos os riscos do bom viver.
E nunca vencer e nunca perder. Caminhar.
Mesmo que o avesso, do avesso, do avesso, dê a impressão de caos,
Aos desatentos, apresentamos a diversidade,
E as cores vivas de nós mesmos.
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