DOM OSCAR ROMERO VIVO

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BOM DIA PARA OS DEFUNTOS* –
Dom Romero 30 anos depois renasce nos movimentos sociais da America Latina e não reconhece a igreja conservadora que hoje impera nas catedrais. Ele nem chega perto, ocupado que está em fazer parte de movimentos tão intensos que tem crescido na América Latina dos indígenas, dos afro-descendentes e de uma massa de excluídos sem terra que luta cotidianamente.
Desde que foi assassinado, Dom Romero viu em seu encanto de morte a igreja retroceder, expurgar a teologia da libertação e condenar padres e bispos taxados de ‘progressistas e subversivos.’ A onda neo-conservador que se abateu sobre as Comunidades Eclesiais de Base(CEB´S), capitaneada pelo próprio Papa Bento XVI – à época, bispo na Alemanha -, intensificando nas últimas décadas um catolicismo alegórico, na cruzada empreendida pelos ultra conservadores do movimento carismático.
A guerra civil em El Salvador durou longos 10 anos, ceifou mais de 75 mil vidas, e as forças revolucionárias não lograram vencer. A ajuda militar estadunidense que fincou pé na região para destruir os sandinistas, acabou por atuar também no país, levando a FMLN a assinar um acordo de paz em 1991, sob a mediação da ONU e hoje a Frente é partido político integrado á vida institucional salvadorenha
D. Oscar Arnulfo Romero nasceu em Ciudad Barrios, no dia 15 de Agosto de 1917. Em Abril de 1942 foi ordenado sacerdote, sendo posteriormente pároco em diversas localidades de San Miguel. No dia 3 de Fevereiro de 1977 foi nomeado bispo da Arquidiocese de San Salvador.
Perante a violência contra a população que varria o seu país, começou a usar as homilias de Domingo para denunciar os massacres e defender os agricultores pobres e indefesos. Pelo seu apostolado em favor da Paz e dos direitos humanos foi nomeado para o Prémio Nobel da Paz em 1979.
No dia 24 de Março de 1980, enquanto celebrava Missa na capela do Hospital da Divina Providência, na capital de El Salvador, D. Oscar Romero foi assassinado com um tiro no coração. Um dia antes de ser assassinado, dirigia-se aos soldados na homilia dominical: “Em nome de Deus, em nome do povo sofredor, peço-vos, imploro-vos, ordeno-vos em nome de Deus: parai a repressão”.
* Esta é uma obra bastante rara e pouco conhecida da literatura latino-americana. O escritor peruano Manuel Scorza conta em “Bom Dia Para os Defuntos” os acontecimentos da luta do povo peruano, entre os anos de 1950 e 1962, em que os camponeses se organizaram para recuperar suas terras que foram roubadas por latifundiários e por uma empresa norte-americana, a Cerro de Pasco Corporation, que estavam explorando as jazidas ricas em minérios da região do altiplano do Peru.