
Deserto verde, denominação real para uma situação real, acerca das plantações homogêneas de eucalipto, geradas pela Veracel Celuose. O deserto verde tem se ampliado, para além do extremo sul da Bahia, invadindo outros territórios baianos, infelizmente.
Vazio institucional, realidade presente na prefeitura municipal de Eunápolis, frente às suas responsabilidades enquanto poder público, para dar respostas e executar seus compromissos com a política pública de cultura no município, vez que existem resultados e encaminhamentos definidos em Conferência municipais de Cultura, em audiências de PPA’s, em indicativos nos orçamentos anuais da cidade e em definições do Conselho municipal de política cultural{CMPC}.
A recente matéria no site jornalistico Bahia40Graus, na qual o editor levanta o debate sobre o vazio institucional da cultura em Eunápolis, revelando a situação de descaso e convocando todos a debaterem o tema, tem relevância e merece destaque. Porém, o interesse em debater o tema nos espaços públicos de comunicação e mídia, ainda é incipiente. Por isso, pontos positivos para o site Bahia40graus.
O Deserto Cultural a que a matéria se refere, com certeza é essa desertificação crescente do governo municipal, na falta de tato e de diálogo com os segmentos sociais da cidade, sobretudo, com os movimentos ligados à cultura e às artes em geral. Veja vocês a situação a que estão submetidos os músicos ligados ao São João nos bairros: Ou aceitam o cachê irrisório de pouco mais de mil reais, ou ficam sem se apresentar. E isso graças à não-realização do chamado Pedrão! Fora isso, é puro enxovalho e humilhação.
Ou seja, o que falta é uma política pública de cultura que respeite e atenda à demanda local e envolva todos os segmentos culturais. Sim, porque a cidade tem uma diversidade cultural rica e atuante.
Mas falta também organização e decisão dos grupos de cultura da cidade. Estes, em sua maioria, também não entendem ou desconhecem da politica cultural, do direito ao acesso a financiamento público, ou pouco se importa com isso.
Por isso a matéria do Bahia40graus deveria ser lida por todos, pelo poder público e pelos setores das artes da cidade, para ampliar as suas visões sobre a política cultural e a cultura como um todo. Para que o deserto não cresça, a ponto de não encontramos nenhuma saída. Resta torcer para acharmos, não só um oásis que nos abasteça para seguir em frente, mas sobretudo um posto avançado que nos dê uma vacina de ânimo, para lutar!
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