A REDE FÉ E FOLIA articula e mobiliza os grupos culturais de Folia de Reis e de São Sebastião na Costa do descobrimento. De base comunitária, as Folias e os seus agentes diretos – chamados de Reiseiros – são grupos formados por pessoas das comunidades campesinas ou de bairros periféricos de cidades de porte médio no interior da Bahia. No caso da Rede Fé e Folia, ela se localiza na região chamada de “Costa do Descobrimento”, em um território composto por 08 municípios, nos quais estão presentes as comunidades culturais que mantém a prática religiosa das Folias de Reis e de São Sebastião, grupos e comunidades que unem reza, canto e festa no ciclo natalino, entre os meses de novembro, dezembro e encerra em janeiro do ano seguinte. Atualmente os grupos se permitem apresentar, realizar atividades fora desse período citado acima, apresentando-se em eventos(festivais, espaços escolares, universidades, por exemplo), mesmo assim, sem deixar de lado o caráter religioso, socioeducativo e de afirmação cultural que marca a identidade dos grupos.
A REDE FÉ E FOLIA sempre existiu informalmente, pois os grupos há décadas que se articulam e se apoiam mutuamente. Porém, a partir de uma grande Assembleia realizada em 2017, os seus agentes decidiram por identificar e denominar a rede, adotando diálogos mais permanentes e participando de ações de lutas políticas voltadas para os direitos das comunidades tradicionais e dos direitos culturais no Brasil. No encontro, os reiseiros construíram um mapa a partir da memória oral, localizando as mestras e mestres, os grupos e as suas comunidades nesse território regional, visualizando, identificando e nominando os lugares de atuação, desde a década de 1960, entre os rios Jequitinhonha, na altura de Itapebi e o rio Jucuruçu, em Itamaraju. Comunidades tradicionais, roças, fazendas, distritos, aldeias, quilombos, além de bairros periféricos das 08 cidades da região, compõem o cenário e o palco das Folias de Reis e de São Sebastião.
EIXOS DA LUTA ATUALMENTE
| O Fortalecimento da Rede Fé e Folia, com uma Comissão de mobilização;
| A Campanha de reconhecimento pelo estado brasileiro/Bahia e para criar legalmente o “Circuito das Folias(na chamada Costa do descobrimento)”
| A definição do Calendário anual de lutas;
| A publicação em redes sociais do movimento e a sua articulação com o Movimento Cultura Viva Comunitária;
| O apoio permanente ao Povo Pataxó do Monte Pascoal;
| A ampliação dos grupos na Rede Fé e Folia.
PERSPECTIVA DO DIÁLOGO COM O ESTADO
O RECONHECIMENTO E A VALORIZAÇÃO DAS FOLIAS DE REIS E SÃO SEBASTIÃO passam pela instituição jurídica-estatal do Circuito das Folias, seu reconhecimento e proteção como patrimônio imaterial de prática coletiva dessa cultura regional, com a necessidade de adoção de programas de proteção e valorização pelo estado brasileiro.
Portanto, a pretensão é iniciar um processo de diálogo e procedimentos legais que alcance esse reconhecimento e essa institucionalização de valor cultural nas dimensões materiais e intangível, de afirmação identitária inquestionável e de sustentabilidade duradoura, incentivada e protegida pelo estado brasileiro. A Rede Fé e Folia encontrou segurança quando percebeu a importância de se articular a partir dos pressupostos do movimento Cultura Viva Comunitária e a buscar o amparo das leis e direitos culturais como a Lei Cultura Viva 13.018/14.
DIÁLOGO COM O ESTADO DEVE ASSEGURAR E RECONHECER
Esse diálogo com instituições culturais do poder público em seus diferentes órgãos responsáveis, a exemplo do IPHAN, IPAC, da CCPI/BA, do Conselho Estadual de Cultura da Bahia(CEC), das universidades e demais personalidades, autoridades e estudiosos da cultura popular identitária – se necessário for-, deverá trazer sustentação histórica cultural, se pautar em base jurídica existente, reivindicar reconhecimento e solidariedade social pela causa, que garanta uma justa argumentação de alerta para que urgentemente o estado brasileiro possa adotar as medidas de proteção e reconhecimento desse fazer cultural presente na chamada Costa do Descobrimento, instituindo a região, dando por conhecer o amplo território, como o “Circuito das Folias de Reis e São Sebastião” ou, simplesmente, “Rota das Folias.”
Pela sua característica identitária, a Rede Fé e Folia se articula, firma alianças e parcerias com os diversos segmentos socioculturais, campesinos, indígenas, ribeirinhos, pescadores, em suas teias dos povos, movimentos e federações, além das redes cultura viva, do movimento sem terra, sindicatos de diversas categorias, além de outros grupos e coletivos culturais, aliados das causas populares defensores da soberania popular.
ALIANÇAS
Pela sua característica identitária, a Rede Fé e Folia se articula, firma alianças e parcerias com os diversos segmentos socioculturais, campesinos, indígenas, ribeirinhos, pescadores, em suas teias dos povos, movimentos e federações, além das redes cultura viva, do movimento sem terra, sindicatos de diversas categorias, além de outros grupos e coletivos culturais, aliados das causas populares defensores da soberania popular.


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